Um distinto grupo de médicos lotou a galeria da sala de operações no Hospital Geral de Massachusetts (Boston, EUA) em 16 de outubro de 1846. Eles testemunharam uma extraordinária operação, na qual o cirurgião John Collins Waren, removeu um tumor da mandíbula de um paciente. O paciente não foi amarrado como era de costume naquela época e também não se debateu e gritou em agonia enquanto o bisturi rasgava sua carne.

Finalmente quando o cirurgião terminou o procedimento, ele olhou para os demais e disse ˜Cavalheiros isso não é baboseira!". A primeira demonstração pública do uso de éter (obtido da destilação de etileno com ácido sulfúrico) para um procedimento cirúrgico com anestesia foi um sucesso!

O homem que arriscou a carreira em troca do pioneirismo foi um jovem dentista de Boston, Willian T. G. Morton. Utilizando éter em procedimentos odontológicos por sugestão do Dr. Charles Jackson da Universidade de Harvard Massachusetts.

O famoso médico e autor Oliver Wendell Holmes sugeriu que a palavra "anestesia" com o significado de insensibilidade remetesse ao feito de Morton, o qual levou muitos anos para romper o conceito de muitos cirurgiões, acreditando que a dor era um mal necessário e os pacientes tinham que enfrentar. Quando tentou patentear sua descoberta, se viu envolvido com caros processos.

Alguns poucos anos antes da demonstração de Morton, em 1842, Crawford Long, um jovem médico de Jefferson na Geórgia, acidentalmente descobriu os efeitos anestésicos do éter. Para animar uma festa ele forneceu aos seus amigos a substância, porém não o suficiente para que eles dormissem. Sob o efeito da droga, um amigo de Long, tropeçou e bateu contra uma parede relatando não ter sentido dor.

Long então analisou os efeitos do éter e decidiu experimentar a droga em um procedimento cirúrgico. Em março de 1842, ele realizou sua primeira cirurgia sem dor, utilizando éter em uma retirada de tumor do pescoço. Crawford Long não publicou seu trabalho até 1849, 3 anos após a demonstração de Morton.